É certo que você conhece o sapato derby. Assim como o oxford, que deu origem a esse calçado, é um tipo com o qual as pessoas já se acostumaram.

Apesar de ser o modelo tradicional, não é considerado por alguns consultores de imagem a opção mais elegante — mas é a melhor opção para homens com pés mais largos e “gordinhos”, principalmente aqueles com a parte superior dos pés mais altas. Isso porque sua composição, com cadarços no alto do cabedal e amarração a partir das abas, se ajusta facilmente aos pés.

Esse estilo de calçado, originalmente chamado de Blücher (em função do seu mais conhecido usuário, Gebhard Leberecht von Blücher, que derrotou Napoleão na Batalha de Waterloo) e hoje é escolhido como composição de looks tanto para ambientes formais quanto para o dia a dia.

Quer conhecer mais sobre o sapato derby e como combinar esse calçado tão clássico com as peças que você possui no seu guarda-roupa? Continue a leitura deste post!

Como surgiu o sapato derby?

Algumas pessoas atribuem o uso do sapato derby ao 12º Conde de Derby, que também foi o homônimo da famosa corrida de cavalos. Outros, traçam sua história a partir do 14º Conde de Derby, que era um homem muito corpulento e supostamente possuía pés grandes, que traziam dificuldades para calçar suas botas.

Por esse motivo, seu sapateiro criou um estilo que, inicialmente, possuía uma aba aberta e lhe permitiu colocar suas botas mais facilmente. Esse corte de calçado foi mencionado pela primeira vez no livro de Dunkley em 1862, mas foi usado para descrever um par de botas, e não um sapato.

Esse cenário mudou em 1872, quando o clássico foi descrito na Revista St. Crispin como “um novo sapato de gravata melhor que o Oxonian, já que a costura não fica perto da parte tenra do pé”, ou seja, comparado ao Oxford pela primeira vez.

No século XIX, a bota, que era o calçado padrão para os exércitos da Europa, teve seu conforto e praticidade questionados, principalmente porque era muito difícil retirá-los depois de percorrer solos molhados e lamacentos.

Assim, o oficial do exército prussiano, chamado Gebhard Leberecht von Blücher, encarregou-se de redesenhar o calçado dos combatentes, para que seus homens pudessem ter um par de botas mais prático e confortável.

Surge, então, o sapato derby: uma meia bota com duas abas de couro abaixo dos tornozelos que poderiam ser unidas. Essas abas não se encontravam no fundo e tinham ilhós de cadarço dispostos em paralelo. Essa inovação resultou em uma abertura mais ampla para o pé e alcançou o objetivo de adaptar-se a qualquer pessoa.

Isso também tornava as botas mais confortáveis ​​para as pessoas com um pé mais largo, já que sua largura podia ser ajustada, sendo nomeadas posteriormente como Blücher ou Blucher.

Quais as características do sapato derby?

A seguir, estão as características de um derby — e como se pode ver, elas são semelhantes às do oxford, com exceção do sistema de amarração:

• tem cadarços;
• formado basicamente por 3 peças — 2 quartos costurados no calcanhar e abertura com língua;
• expõe os tornozelos.

A principal diferença entre o sapato derby e o oxford é a parte dos furos para os atacadores: a região onde estão os cadarços é maleável, ou seja, não é costurada ao sapato, o que forma suas abas laterais.

Quais os tipos de sapato derby?

Os materiais mais usados para confeccionar um sapato derby é o couro e a camurça. Apresentam-se também com diferentes cores, mas seus tipos, muitas vezes, não são diferenciados com facilidade, como apresentaremos a seguir:

Cap toe

Possuem uma costura horizontal que parte do centro, mais próximo da frente, e, de forma arredondada, contorna o bico do calçado. No interior dessa costura, podem apresentar ou não aqueles “furinhos” (mais conhecidos em sapatos brogues — também chamados de broguing), sendo um tipo menos formal do que um derby tradicional.

Plain toe

Toda a superfície do sapato é plana, ou seja, sem costuras na frente e nas laterais, com exceção das abas separadas do corpo onde ficam os cadarços. Assim, não apresenta quaisquer enfeites, como broguing ou costura evidente nos calcanhares.

É considerado o modelo mais formal entre os vários tipos de derbys, comercializado com mais frequência em preto, mas também apresenta versões mais casuais, fabricados em camurça colorida.

Split Toe

Também chamado de Norueguês, possui uma linha de costura longitudinal que divide a ponta e aba do sapato.

Wingtip

Esse tipo de derby possui uma costura que vai do bico às laterais em formato de um “W”, “M” ou “U”, com extensões que podem se alongar até o calcanhar.

A maioria apresenta broguing (tanto nas bordas quanto no centro) e costura nos calcanhares, quando as abas não se estendem ao longo de ambos os lados do sapato. É considerado o mais informal de todos os modelos e está disponível em vários tipos de materiais.

Quais as vantagens do sapato derby sobre outros calçados?

Sua maior vantagem é não ser um sapato tão formal quanto um oxford, mas nem por isso deixa de ser um sapato clássico e uma opção muito versátil para ser combinada com roupas sociais, jeans, calças de alfaiataria, blazer e camisa.

Como usá-lo com elegância?

Como falamos, embora não pareça, o sapato derby é o menos formal dos sapatos tradicionais, mas isso não impede que ele seja uma boa opção para ser usado com calça social, blazer e camisa sem gravata.

Por ser um calçado muito versátil e que apresenta uma grande variedade de estilos, também pode ser usado em ocasiões informais. 

Wingtip ou Split Toe, por exemplo, caem super bem com calças jeans ou calças de alfaiataria. Para trabalhar, opte por um Cap toe, e para participar de cerimônias de casamentos e festas mais formais, um Plain toe.

O sapato derby é uma opção clássica que, por ser tão versátil, pode ser utilizada em diferentes ocasiões, desde eventos sociais até no dia a dia de trabalho.

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